domingo, 14 de dezembro de 2008

memorias...

"...A maior parte da nossa memória está fora de nós, numa viração de chuva, num cheiro de quarto fechado ou num cheiro duma primeira labareda, em toda parte onde encontramos de nós mesmos o que a nossa inteligência desdenhara, por não lhe achar utilidade, a última, reserva do passado, a melhor, aquela que, quando todas as nossas lágrimas parecem estancadas, ainda sabe fazer-nos charar. Fora de nós? Em nós, para melhor dizer, mas oculta a nossos próprios olhares, num esquecimento mais ou menos prolongado."
Marcel Proust
Desde criança quis ser professora, sempre em minhas brincadeiras a presença da escola era constante.
Enfim, cresci ouvindo dizer: "é muito bom ser professora", porém existe um problema, o salário.

No transcorrer do curso de normalista, que fiz na Ceilândia, comecei a dar aulas de reforço em casa, eu achava fácil e como gostava de criança, atendia de 1ª à 4ª série. Ah, eu adorava! Me sentia bem e também por cobrir os custos do curso, pois gerava gastos, tais como: confecção de materiais, livros, alimentação, passagens de ônibus, enfim despesas que minha família não conseguiria me ajudar, pois eramos muito pobres.
Estas experiências fizeram-me crescer muito, dar valor as pequenas coisas, ao estudo e a profissão que havia escolhido.
No curso aprendi que o professor não é o Senhor do Saber, ele tem que ir em busca de conhecimento para ajudar seus alunos.

Em 1988 entrei na FEDF, hoje Secretária de Educação do Distrito Federal. Sonho realizado? Não começo de um sonho e de um pesadelo, pois percebi como a teoria estava distante da realidade.
Fui trabalhar em uma escola muito carente, onde os alunos mal tinham o lápis e a maioria não tinha ninguém por eles. Eu era apenas uma professora sonhadora e trinta e cinco crianças famintas de conhecimento e afeição.

Sempre fui uma aluna que gostava muito de ler, mas tinha muita dificuldade com a escrita, por isso tenho uma grande preocupação em fazer com que meus alunos leiam e principalmente fazer com que eles escrevam. Sempre que peço que eles leiam um livro, faço também que eles recontem a história escrevendo.
Vejo meus alunos como pessoas que precisam ter sucesso em suas aprendizagens para se desenvolverem pessoalmente e para terem uma imagem positiva e otimista de si mesmos.
Hoje quero mais, sei que ainda tenho muitas falhas, mas também tenho plena convicção que sempre tento fazer o melhor que posso.
O curso Alfabetização e Linguagem está me ajudando a repensar e reformular mais o meu fazer pedagógico.

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